sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Próxima inversão de polaridade

O campo magnético da Terra enfraqueceu pelo menos 10% nos últimos 150 anos, o que poderá significar uma próxima inversão dos pólos. Esse enfraquecimento não implica, necessariamente, a proximidade de uma inversão, mas sim a probabilidade de vir a acontecer.
Graças a indícios registados nos sedimentos marítimos, sabe-se que nos últimos cinco milhões de anos, o campo magnético terrestre sofreu mais de vinte inversões, a última das quais há 780.000 anos.
Tendo em conta a existência de inúmeros processos naturais movidos por forças caóticas, é impossível conhecer quando irá acontecer a próxima inversão magnética polar. Podemos nunca saber, mas também poderemos vivê-la em breve.

Última inversão de polaridade

Certamente, nenhum de nós irá presenciar a próxima inversão, porque se esta acontecer levará cerca de 2.000 anos. A última ocorreu há 780.000 anos, quando o Homo erectus fazia artefactos de pedra, por isso a próxima inversão está atrasada relativamente á média que é de 250 mil anos, apesar de tudo indicar que essa inversão se encontra em andamento.
Por alguma razão, os intervalos entre elas vêm encolhendo nos últimos 120 milhões de anos. Temos esse conhecimento, porque cada inversão deixa uma assinatura nas rochas magnéticas, susceptíveis a mudanças de orientação do magnetismo terrestre quando aquecidas.

Causas e consequências do Magnetismo Terrestre

As causas da reversão magnética da Terra contrapõem radicalmente as teorias, estudos e publicações de que convergem grandes áreas da Física e das Geociências. A maioria acredita na Teoria do Geodínamo para explicar como é gerado o campo e que as reversões são inerentes às mudanças físicas decorrentes de movimentos caóticos que ocorrem na interface do manto líquido ferroso com o núcleo. Baseados em métodos de simulação computacional, cientistas verificam a troca de polaridade após muitos zig-zags, e afirmam não haver grandes perdas de magnitude durante as oscilações.
Outras correntes de pensamento, que são a minoria do “campo científico” das geociências, sustentam que as reversões magnéticas não são processos espontâneos da interface manto-núcleo, porém, são causadas por eventos externos ao planeta que forçam a disrupção de fluxo do campo magnético através da acção de forças gravitacionais e magnéticas derivadas da passagem de cometas e/ou asteróides, e/ou impactos de asteróides e meteoritos na crosta, em maior densidade no leito dos oceanos, que venham a deslocar o eixo de rotação e a órbita do planeta.
Ninguém sabe o que aconteceria com a vida na Terra se a inversão polar ocorresse hoje, mas a especulação gira em torno do dia do Juízo Final. Muitos aspectos da vida de hoje mudariam completamente, mesmo para os humanos, por nossa dependência dos campos magnéticos para desde navegação à migração das aves. Consequências graves como a reversão polar, com a mudança do Pólo Norte em direcção ao Sul, e até mesmo o surgimento de novos pólos. A segunda, mais grave, seria o rompimento da camada de ozono que protege o planeta da radiação solar, fazendo com que estejamos mais expostos a essa maléfica radiação, da qual somos normalmente protegidos pelo campo magnético da Terra. A perda dessa protecção faria com que as partículas solares despedaçassem-se na atmosfera superior, aquecendo-a e provocando uma mudança brusca potencial no clima da Terra.

Outras consequências seriam:

Planeta

Uma mudança nos pólos geraria uma intensa tempestade electromagnética capaz de destruir a camada de ozono que protege a Terra

Seres humanos

Expostos a uma dose cavalar de radiação, teríamos que nos vestir da cabeça aos pés e usar óculos escuros sempre que saíssemos de casa para evitar câncer de pele e riscos de mutação genética

Aviões e satélites

Todos os atlas e bússolas ficariam obsoletas, desorientando aviões, navios e satélites.

Animais

Pássaros e tartarugas-marinhas têm sensores que indicam o caminho a tomar em suas migrações. Eles ficariam desnorteados, correndo o risco de desaparecer

Turismo

Hoje exclusivas dos pólos, as auroras boreais poderiam se tornar um cartão postal em Manaus ou no Rio de Janeiro



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Qual a importância do magnetismo terrestre?

A Terra possui um campo magnético global causado pelo movimento de cargas no seu interior líquido induzido pela rotação da Terra e pela energia térmica. Ainda não é claro como o campo surge, mas simulações recentes indicam que aqueles são os principais factores responsáveis pela sua génese. A importância prática das bússolas na orientação fez com que o magnetismo, e o campo magnético da Terra, fossem usados desde muito antes de a física ter desvendado as propriedades destes fenómenos e a sua relação com o movimento de cargas eléctricas.
Uma das razões pela qual o campo magnético da Terra é tão importante, para além de ter ajudado os navegadores portugueses a não perderem o norte, é porque serve de escudo ao vento solar que fustiga a Terra, e todo o sistema solar. Se a Terra não possuísse campo magnético, seria constantemente bombardeada partículas com carga eléctrica provenientes do sol, o que poderia ter consequências nefastas para a vida. No entanto, uma partícula com carga eléctrica que encontre um campo magnético sofre uma força que a desvia da sua direcção inicial. Por vezes, junto aos pólos, onde o campo magnético é mais fraco, algumas partículas conseguem penetrar na atmosfera terrestre e quando isso acontece, podem colidir com átomos excitando-os para níveis elevados de energia. Estes átomos por sua vez tendem a regressar aos níveis mais baixos, e quando o fazem, emitem a luz visível que dá origem às famosas auroras.